Por que influenciadores precisam sinalizar publicidade?
Descubra os motivos legais, os impactos para o consumidor e a importância da transparência para influenciadores e marcas nas redes sociais.
O marketing de influência se consolidou como uma das estratégias mais relevantes para marcas que desejam gerar conexão real com o público. Por isso, uma dúvida recorrente entre marcas e creators é: por que influenciadores precisam sinalizar publicidade? A resposta é simples: porque essa prática é obrigatória por lei e essencial para garantir a confiança do consumidor.
Ainda hoje, muitos influenciadores, e até marcas, tratam esse ponto com descuido, o que pode gerar consequências jurídicas e danos reputacionais sérios. Mas, à medida que esse mercado cresce, a transparência nas relações comerciais também se torna uma exigência cada vez mais séria, tanto no aspecto ético quanto legal.
Neste artigo, vamos mostrar por que a sinalização de publi é obrigatória, o que diz a legislação brasileira, como o público vê essa prática e quais os riscos de não seguir as diretrizes.
A sinalização de publicidade é uma exigência legal
Transparência impacta diretamente na confiança do público
O que pode acontecer se o influenciador não sinalizar?
Quando a publicidade é feita “sem parecer publi”
A sinalização de publicidade é uma exigência legal
A regra é clara: todo conteúdo publicitário precisa ser identificado como tal, seja em postagens, vídeos, stories, podcasts ou qualquer outro formato. Essa exigência está prevista no Código de Defesa do Consumidor (CDC) e no Código de Ética do CONAR (Conselho Nacional de Autorregulamentação Publicitária).
Segundo o advogado Jean Caristina, em entrevista ao antigo podcast do Influency.me, deixar de sinalizar publicidade não é apenas uma infração ética, é também uma violação legal. “O consumidor tem o direito de saber que aquele conteúdo foi feito com fins comerciais. É o que chamamos de boa-fé objetiva”, explicou Caristina no episódio #188 do Podcast-se.
Além do CONAR, casos mais graves podem ser levados ao Procon e até ao Ministério Público, com risco de multas e processos. O “Migalhas de Peso” publicou uma matéria onde é dito as regras e boas práticas da publicidade para influenciadores, com orientações para assegurar transparência e ética, bem como evitar riscos.
#ad não serve no Brasil
Muita gente ainda usa a hashtag #ad, como é comum entre creators internacionais. Só que no Brasil, isso pode ser considerado ilegal, segundo especialistas como Jean Caristina e fontes como o portal JusBrasil.
O motivo? O CDC determina que toda comunicação com o consumidor seja feita em português. Ou seja, hashtags como #publi ou #publicidade são mais adequadas, e seguras. O uso de termos estrangeiros pode dificultar a compreensão por parte de parcelas menos escolarizadas da população, o que fere o princípio da clareza e transparência.
Transparência impacta diretamente na confiança do público
Segundo o estudo da Opinion Box em parceria com a Influency.me sobre Marketing de Influência e Regionalismo, 78% dos consumidores afirmam já ter comprado algo por influência de creators. Porém, a confiança nessa relação é o que sustenta esse poder.
A influenciadora Letícia Imai traz uma perspectiva importante nesse debate: sinalizar publicidade é um dos primeiros passos para profissionalizar a atuação como influenciador.
Em um de seus vídeos no TikTok, ela alerta quem está começando a se posicionar como creator: se você quer viver de publicidade, é essencial aprender sobre organização financeira, planejamento e responsabilidade com a audiência.
A ideia de que “é só postar” não se sustenta quando entra em jogo a confiança do público e os compromissos legais. Sinalizar a publicidade é uma forma de assumir esse lugar com maturidade. O que está em jogo aqui não é só o conteúdo, é a credibilidade de quem o publica.
Sempre que possível, é recomendável utilizar as ferramentas de identificação disponibilizadas pelas próprias plataformas digitais, de modo a tentar garantir o máximo de clareza ao público.
O que pode acontecer se o influenciador não sinalizar?
O risco vai além de perder credibilidade. Tanto o influenciador quanto a marca podem ser penalizados. As consequências incluem:
- Advertência e remoção do conteúdo (via CONAR);
- Multas aplicadas pelo Procon;
- Ações civis públicas em caso de danos ao consumidor;
- Danos à reputação da marca e do influenciador.
Como alerta o Santos e Torres Advogados, o artigo 36 do CDC deixa claro: toda publicidade deve ser “imediatamente identificável como tal”. E isso vale para todos os formatos, inclusive stories que, apesar de temporários, não estão isentos da legislação.
Quando a publicidade é feita “sem parecer publi”
Existe uma tendência crescente entre as marcas de solicitarem que os conteúdos pagos sejam “mais naturais”, “orgânicos” ou “com a cara do influenciador”. Essa prática tem total sentido dentro das estratégias de marketing de influência, já que um dos grandes diferenciais dos creators é justamente a autenticidade.
Os seguidores se conectam com a linguagem e o estilo pessoal do influenciador, e é natural que as campanhas que funcionam melhor sejam aquelas que respeitam essa identidade.
No entanto, é fundamental entender que naturalidade e transparência não são conceitos opostos, na verdade, eles devem andar juntos. Um conteúdo pode (e deve!) ser espontâneo, leve e criativo, mas isso não anula a obrigatoriedade legal e ética de sinalizar que se trata de publicidade.
Segundo o artigo 36 do Código de Defesa do Consumidor e as normas do CONAR, toda forma de anúncio deve ser clara e evidente para o consumidor, mesmo quando o formato parecer uma simples dica pessoal ou uma rotina do dia a dia.
Ou seja: a existência de remuneração ou qualquer tipo de troca (como permuta) precisa ser deixada clara desde o início do conteúdo. Isso vale para todos os formatos: postagens, vídeos, stories, lives, reels, etc. Esconder que um conteúdo é publicitário, mesmo que sob o argumento de manter a naturalidade, configura infração e pode gerar penalizações tanto para o influenciador quanto para a marca.
Essa prática de “disfarçar” a publicidade em nome da naturalidade não é só ilegal: ela também compromete a credibilidade do creator a longo prazo. Em um mercado cada vez mais atento e regulamentado, é possível, e necessário, comunicar de forma criativa sem abrir mão da responsabilidade com a audiência.
Conclusão
No fim das contas, sinalizar publicidade é mais do que uma exigência legal, é um compromisso com a verdade. O público reconhece quando um conteúdo é feito com propósito comercial e, se isso estiver claro, a confiança permanece. Quando não está, a relação pode ser abalada.
Para as marcas, trabalhar com influenciadores que cumprem essas diretrizes não é apenas uma questão de compliance, mas também de reputação e impacto real nas campanhas. E para os influenciadores, sinalizar corretamente a publicidade é um passo essencial para se consolidar como profissional sério no mercado.
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