Produção de conteúdo de influenciadores vai continuar crescendo
Os influenciadores digitais são um novo tipo de mídia. Assim como veículos tradicionais de comunicação, o combustível de suas atividades em marketing de influência é, em grande parte, a produção regular e consistente de conteúdo que tenha relevância para o público. Segundo uma pesquisa feita pelo site americano Convince & Convert sobre conteúdo de influenciadores, eles costumam trabalhar com diferentes canais e mídias:
- 36% dos influenciadores blogueiros criam também vídeos, 17% fazem live (vídeo ao vivo) e 8% fazem podcast.
- 26% dos criadores de vídeo (como youtubers) mantêm um blog, 24% fazem live e 7% fazem podcast.
- 55% dos podcasters mantêm um blog, 40% criam vídeo e 31%, live.
Nos próximos 12 meses, a tendência é de crescimento da produção de conteúdo de influenciadores. O gráfico abaixo mostra em que medida eles pretendem aumentar ou diminuir a produção de conteúdo em cada tipo de mídia.
Em linhas gerais, o gráfico mostra que mais creators vão se dedicar mais a lives, vídeos e blog posts. Podcasts terá um crescimento menor, já que mais da metade (53%) não adota esse tipo de canal de distribuição do conteúdo.
Conexão com o público
Ganhar a confiança do público é o desafio de todos aqueles que mantêm canais de comunicação ativos hoje — e isso vale também para o conteúdo de influenciadores —, o que explica por que o vídeo é uma aposta. O poder de comunicação da mídia audiovisual é maior do que o de outras mídias, mas ainda há um longo caminho a ser percorrido na conquista de credibilidade e confiança.
Uma reportagem do site americano The Drum, especializado em marketing digital, mostra que 71% dos consumidores no Reino Unido não sabem da existência de uma regulação nos países britânicos para a atuação de influenciadores.
A Inglaterra foi uma das pioneiras na regulação da forma como as marcas devem se comportar na produção de conteúdo, obrigando-as a manter claro que se trata de conteúdo pago, quando for o caso. E já estendeu essa regra ao conteúdo de influenciadores. Ainda assim, 61% do público entende que marcas e influenciadores não são suficientemente transparentes.
Isso em grande parte se explica por um outro dado da mesma pesquisa. Quase metade (49%) dos entrevistados afirmou que não presta atenção às indicações existentes de que se trata de conteúdo pago. Em sites, por exemplo, as empresas e os influenciadores são obrigados a indicar, numa vinheta ou chamada, algo como “publieditorial”. Ou, em redes sociais, eles necessariamente precisam inserir tags como #ad, #spon ou #sp. Pode haver exceções, mas em geral as marcas e os influenciadores sabem respeitam a regra, mas o público não presta atenção ao detalhe e acaba fazendo um julgamento confuso.
Portanto, uma leitura plausível é a de que as marcas, de fato, estejam seguindo as normas nos países em que elas já foram estabelecidas. No entanto, a atitude automática do público ainda é de desconfiança. Conquistar credibilidade é o desafio que o conteúdo de influenciadores ainda precisa vencer no mundo — e o Brasil não está livre disso.