Influência digital: o grande prêmio do BBB
A influência digital ganhou força nos últimos anos, e isso reflete em um dos programas de maior audiência da TV brasileira
Um milhão e meio de reais. Esse é o prêmio que o grande vencedor do Big Brother Brasil leva para casa. A premiação é muito almejada, mas talvez não seja mais o principal objetivo. E o marketing de influenciadores explica isso. Os participantes não querem sair de lá apenas com o dinheiro, mas com uma comunidade. Eles querem ganhar influência digital. O Prêmio é importante, mas a imagem construída pode dar frutos ainda melhores.
No caso do BBB, metade dos participantes são pessoas desconhecidas e a outra metade são celebridades e influenciadores. E todos têm a oportunidade de impulsionar a carreira com o poder do marketing de influência.
O poder da influência
Criar conteúdo para a internet deixou de ser um hobby há muito tempo. Muitas pessoas estão conquistando ótimos resultados somente exercendo a influência. E ela tem um poder gigantesco. Segundo levantamento do Instituto Qualibest, 76% dos internautas brasileiros já compraram algo indicado por um influenciador digital. Isso mostra como os criadores de conteúdo se tornaram um “veículo de comunicação”, definitivamente.
O anúncio humanizado, vindo do influenciador, pode ser mais efetivo do que uma propaganda tradicional. Diariamente, uma pessoa fica exposta a centenas de anúncios. E algo que chame a atenção, mesmo que indiretamente, pode ser efetivo. Por isso, o marketing de influência é um sucesso. Em 2022, a creator economy deve movimentar 15 bilhões de dólares.
O case “Gil do Vigor”
O melhor exemplo para falarmos sobre o “verdadeiro” prêmio do BBB é o economista Gil, que ficou conhecido como o Gil do Vigor. O participante foi um verdadeiro fenômeno do reality show global e conquistou uma legião de fãs nas redes sociais.
Ele ficou em quarto lugar, atrás da ganhadora Juliette Freire (que foi premiada com R$ 1,5 milhão). Apesar de sair da casa “sem nada”, ele soube aproveitar a influência que ganhou fora do programa. Segundo artigo publicado na Forbes, em outubro de 2021, Gil já havia faturado 15 milhões de reais — somente com suas publicidades. Atualmente, o influenciador possui quase 15 milhões de seguidores em seu Instagram.
O montante de 15 milhões de reais, oriundo de contratos publicitários, veio de parceria com grandes empresas como o Santander, IFood e Bis/Lacta. E a maior sacada aconteceu com a marca Vigor, já que o ex-brother ganhou o apelido de “Gil do Vigor” durante o programa e já virou a “cara da marca”.
E não parou por aí. Gil abraçou as oportunidades que teve e ganhou um quadro no programa ‘Mais Você’, da Ana Maria Braga — um dos maiores sucessos da TV brasileira nos últimos 20 anos. Por lá, ele fala de finanças. Além disso, o economista também participa de outros programas, como o “Vai que Cola”. Gil é um verdadeiro case de sucesso sobre como aproveitar a influência a seu favor.
Alguns tornam-se celebridades, mas nem todos influenciam
Nem todos os “ex-BBBs” conseguem realizar a façanha de Gil. De uns anos para cá — principalmente com a participação de influenciadores (antes eram somente pessoas desconhecidas) — os integrantes do reality show saem do programa com milhões de seguidores. A visibilidade é inevitável. Porém, isso não significa que já são influenciadores, e, sim, que são muito conhecidos — podendo ser considerados celebridades.
Porém, não basta ter uma legião de seguidores se eles não se engajam com o conteúdo e não são influenciados. Por isso, é preciso ser relevante e ter um conteúdo de valor, que é capaz de influenciar comportamentos — independentemente do tamanho da comunidade. Sair da casa com milhões de seguidores pode ser uma mina de ouro.
Conclusão
A influência digital ganhou ainda mais força se destacando em um dos programas de maior audiência na televisão brasileira. Hoje, o prêmio da influência pode valer muito mais do que o de 1 milhão e meio de reais oferecido pelo BBB. No entanto, ganhar milhões de seguidores não é o suficiente para se tornar um influenciador digital. Para isso, é preciso construir uma comunidade engajada e que possa ser influenciada.